quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Estágio Algodonales Outubro 2010




Para fechar o ano de 2010 fomos no nosso já tradicional estágio do 5 de Outubro até Algodonales.
Tivemos uma participação elevada com 12 pessoas presentes e mais alguns que não aceitámos para conseguir manter os níveis de segurança e de qualidade de ensino que prezamos.

A viagem fez-se bem (tirando o atraso do Max que nos fez esperar quase uma hora...e nem pagou nenhuma canha!). Muitos pilotos novos a participa rpela primeira vez num estágio nosso pelo que a expectativa era grande. A confiança sobre a meteo era muito baixa da parte dos pilotos mas o nosso conhecimento do local e a análise das previsões revelaram-se correctas e voou-se 3 dos 4 dias com condições muito variadas.

No sábado mantivemos o programa normal e o Alex foi o único que conseguiu voar da descolagem SW porque o vento ficou muito forte.



Depois os pilotos voaram da descolagem W com algum vento e térmica bastante derivada. A aterragem estava bastante turbulenta e foi um tratamento de choque para o primeiro dia. O Yannick não descolou e a auto-confiança estava bem em baixo....





Ao final da tarde a restituição permitiu que toda a gente andasse a passear pelo vale com umas térmicas largas e suaves de +1. O Yannick desforrou-se e andou a enrolar com os abutres durante imenso tempo. A moral melhorou...




No final do dia todos estavam contentes.



No domingo a previsão acertou e tivemos 100% de cobertura de nuvens e vento forte. Fomos fazer um passeio cultural às cidades que andávamos a querer visitar desde 2005 e nunca tínhamos conseguido porque voamos sempre todos os dias em Algodonales! Que chatice!

Primeira paragem em Zahara. A cidade tem um castelo que foi construído no cimo de um rochedo e as casas abraçam o castelo. Existem espécies muito estranhas no meio das árvores...






Ainda fomos a Ronda, Setenil e ver a Anta do Miguel Roque (uma coisa indescritível...só mesmo o nosso amigo para nos levar a ver coisas tão fantásticas...).



Após mais um belo jantar a aula teórica foi bem discutida e ao fim de 3 horas todos estavam bem atentos e despertos...depois claro que marrecam!


Na segunda o dia amanheceu com nuvens e tecto baixo que foi subindo. Voamos da descolagem N .



O António Barreto foi o primeiro a andar a lamber a nuvem, seguido mais tarde de vários pilotos que experimentaram a sensação de andar nas barbas das nuvens. O medo de ser sugado era grande e tivemos que literalmente obrigar os pilotos a ser sugados pela nuvem para enfrentarem o "bicho papão".


Claro que afinal era apenas um Adamastor sem força...Mas permitiu que se iniciassem no treino das espirais. O Max entusiasmou-se e andou a ver nevoeiro durante uns minutos até ter tido o melhor momento da sua curta vida de piloto e descobrir novamente que a terra existia!



Para aterrar o Miguel e o Teotónio espiralaram e quando chegaram ao chão...bem...digamos que estavam meio brancos...eh, eh. A voz no rádio abusou um bocado deles...



Na segunda tivemos um dia sem vento típico de Algodonales. Tivemos assim direito a uma panóplia de condições fantástica que permitiu que todos treinassem diferentes tipos de voo e descolagens.


O Tomás enrolou a sua primeira térmica a sério com direito a uma bela subida e com uma bela descolagem. O Leonel fez um brilharete e, após ter treinado e ouvido bem os conselhos na teoria, esteve quase 2 horas a enrolar (até lhe doíam as mãos quando aterrou) e fez o melhor voo de sempre indo até ao tecto. Para quem nem sabia enrolar nada quando chegou não se pode queixar.


O Alex fez uma pequena distância com muito suor e esforço seguido de perto pelo Adalberto. Pena que pelo meio da viagem o Adalberto não continuasse porque achou que estava a descer muito. Para este sr. voador distância só se for sempre a subir...vamos ter de lhe comprar um motor! Mais a sério, fez um bom voo em condições bem turbulentas. O Lérias bem lutou mas Eolo não estava com ele.



Em 2011 há mais...


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Alpes - Setembro 2010








Esta viagem era um desejo que tínhamos desde que começámos a voar. Existe uma pequena localidade em França chamada Saint Hilaire du Touvet onde se realiza todos os anos o maior festival de voo do mundo. O momento mais famoso do festival é o concurso de máscaras onde é possível ver todo o tipo de fantasias a voar de parapente.

A primeira paragem foi em Annecy. Esta meca do parapente mundial tem uma concentração de voadores como poucos locais no mundo. Existem duas descolagens, ambas excelentes. A mais baixa tem um acesso fácil de carro e podemos deixar a viatura ao lado da deco.



Até trilugares de pilotos locais de podem ver. De pequenino é que se torce o pepino...





A segunda tem um desnível maior mas temos que subir parte do caminho a pé (cerca de 30 minutos) numa inclinação considerável. O tempo não esteve do nosso lado e apenas conseguimos fazer marrecas de ambas as descolagens. A vista é muito boa e a companhia muito agressiva no ar. Os bilugares profissionais quase que nos empurram para fora das zonas de ascendente. Temos que voar com muita atenção. O famoso tour du lac ficou adiado para dias com melhor meteo.



A cidade de Annecy tem uma zona histórica que parece Veneza em miniatura. Muito pitoresca e cheia de pequenos canais.






A segunda paragem foi num lugar mitico de escaladores e voadores, um dos berços do parapente: Chamonix.


A cidade fica situada num vale bastante fechado e é o paraíso de quem gosta de desporto de aventura. Ninguém se aborrece num local onde o Monte Branco se impõe como um pai a guardar o filho pequeno. Existem dezenas de descolagens na região e voos para todos os gostos.


A nossa descolagem foi feita de Plan Pratz após termos subido de teleférico.


Aos 2000 metros e com um cabo mesmo à frente da descolagem onde se tem decidir imediatamente após descolar se passamos por cima ou por baixo, fica-se com um pequeno frio na barriga...voamos em direcção ao Monte Branco numa paisagem alucinante. A escala é brutal e a aerologia tem de ser muito bem analisada para não se cometerem erros graves.




O voo foi o melhor da viagem não só pela paisagem mas também porque andámos a passear pelo vale o tempo que quisemos. Lá em baixo o apelo de ter um almoço à espera feito pelas nossas incansáveis companheiras de viagem foi mais forte e aterramos extasiados por ter tido o privilégio de voar num local assim.

A terceira paragem foi em St. Hilaire para ver os palhaços...


A chuva fez com que os comerciantes locais conseguissem finalmente vender aqueles modelos horrorosos que já estavam a criar raízes na loja...


A fama do festival Icaro é grande. Normalmente quando criamos muitas expectativas sobre algo elas saem defraudadas. Neste caso foi precisamente o contrário. O Parapente em Portugal é um desporto de um pequeno conjunto de pessoas, com pouca expressão e quase nenhum conhecimento junto do grande publico. Estar num local onde se juntam milhares de pessoas de propósito para ver alguém quebrar as regras da gravidade e levantar os pés num tecido voador é mágico. O festival mostra o que de melhor existe naqueles sonhadores que amam o voo: amor incondicional pela arte do voo, técnica e conhecimento da aerodinâmica, sensibilidade e carinho pelo desporto. Sem dúvida emocionante.
Vimos parapentes a dançar com águias, voadores mascarados a voarem com os filhos, parapentes a jacto, parapentes eléctricos, saltos de helicóptero de parapente, homens pássaro com fatos voadores, aviões largados com elásticos, poemas de namorados, pombas brancas em nome da paz a sair de bombas, tudo o que a imaginação permite...




No ultimo dia da viagem conseguimos voar em St. Hilaire e apreciar a parede vertical que permite uns voos quase dinâmicos.



O homem sonha, a obra nasce...


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Organya - Agosto 2010









O local de voo é sem dúvida merecedor do seu nome - a montanha mágica! Tem um parque de campismo muito bom em que estamos a tomar banho na piscina e vemos a descolagem.





Quase todos os campistas são voadores e a concentração de acrobatas é incrível. Nunca tinha voado num local onde me sentisse estranho por ter uma asa normal...das 20 a 25 asas a voar diáriamente existiam 4 ou 5 que não eram de acrobacia - as nossas. Claro que como bom local de treino de acrobatas não podiam faltar os reservas...






A descolagem chama a nossa atenção porque não se situa no cimo da montanha mas sim perto da base. O facto é que a aerologia local é tão boa que não necessitamos de subir até ao topo de carro, podemos fazer o mesmo a voar sem perigo de marrecar. Um bom local para se aprender a voar em térmica. Em poucos dias um piloto novato até fica com ideia que sabe voar...mas atenção que ali é batota...fácil demais :)





Como o voo da parte da tarde é bastante longo e nem só de voar vive o homem (mas quase...) podemos ir fazer umas compras a Andorra que fica a cerca de 30km ou experimentar uma das muitas acividades alternativas que existem por perto.



Sem dúvida um lugar muito bom que vale não só pelo voo mas pelo conjunto.
Obrigado à companhia dos meus amigos que como sempre fazem com que os voos tenham um sabor especial.