segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Alpes - Setembro 2010








Esta viagem era um desejo que tínhamos desde que começámos a voar. Existe uma pequena localidade em França chamada Saint Hilaire du Touvet onde se realiza todos os anos o maior festival de voo do mundo. O momento mais famoso do festival é o concurso de máscaras onde é possível ver todo o tipo de fantasias a voar de parapente.

A primeira paragem foi em Annecy. Esta meca do parapente mundial tem uma concentração de voadores como poucos locais no mundo. Existem duas descolagens, ambas excelentes. A mais baixa tem um acesso fácil de carro e podemos deixar a viatura ao lado da deco.



Até trilugares de pilotos locais de podem ver. De pequenino é que se torce o pepino...





A segunda tem um desnível maior mas temos que subir parte do caminho a pé (cerca de 30 minutos) numa inclinação considerável. O tempo não esteve do nosso lado e apenas conseguimos fazer marrecas de ambas as descolagens. A vista é muito boa e a companhia muito agressiva no ar. Os bilugares profissionais quase que nos empurram para fora das zonas de ascendente. Temos que voar com muita atenção. O famoso tour du lac ficou adiado para dias com melhor meteo.



A cidade de Annecy tem uma zona histórica que parece Veneza em miniatura. Muito pitoresca e cheia de pequenos canais.






A segunda paragem foi num lugar mitico de escaladores e voadores, um dos berços do parapente: Chamonix.


A cidade fica situada num vale bastante fechado e é o paraíso de quem gosta de desporto de aventura. Ninguém se aborrece num local onde o Monte Branco se impõe como um pai a guardar o filho pequeno. Existem dezenas de descolagens na região e voos para todos os gostos.


A nossa descolagem foi feita de Plan Pratz após termos subido de teleférico.


Aos 2000 metros e com um cabo mesmo à frente da descolagem onde se tem decidir imediatamente após descolar se passamos por cima ou por baixo, fica-se com um pequeno frio na barriga...voamos em direcção ao Monte Branco numa paisagem alucinante. A escala é brutal e a aerologia tem de ser muito bem analisada para não se cometerem erros graves.




O voo foi o melhor da viagem não só pela paisagem mas também porque andámos a passear pelo vale o tempo que quisemos. Lá em baixo o apelo de ter um almoço à espera feito pelas nossas incansáveis companheiras de viagem foi mais forte e aterramos extasiados por ter tido o privilégio de voar num local assim.

A terceira paragem foi em St. Hilaire para ver os palhaços...


A chuva fez com que os comerciantes locais conseguissem finalmente vender aqueles modelos horrorosos que já estavam a criar raízes na loja...


A fama do festival Icaro é grande. Normalmente quando criamos muitas expectativas sobre algo elas saem defraudadas. Neste caso foi precisamente o contrário. O Parapente em Portugal é um desporto de um pequeno conjunto de pessoas, com pouca expressão e quase nenhum conhecimento junto do grande publico. Estar num local onde se juntam milhares de pessoas de propósito para ver alguém quebrar as regras da gravidade e levantar os pés num tecido voador é mágico. O festival mostra o que de melhor existe naqueles sonhadores que amam o voo: amor incondicional pela arte do voo, técnica e conhecimento da aerodinâmica, sensibilidade e carinho pelo desporto. Sem dúvida emocionante.
Vimos parapentes a dançar com águias, voadores mascarados a voarem com os filhos, parapentes a jacto, parapentes eléctricos, saltos de helicóptero de parapente, homens pássaro com fatos voadores, aviões largados com elásticos, poemas de namorados, pombas brancas em nome da paz a sair de bombas, tudo o que a imaginação permite...




No ultimo dia da viagem conseguimos voar em St. Hilaire e apreciar a parede vertical que permite uns voos quase dinâmicos.



O homem sonha, a obra nasce...


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Organya - Agosto 2010









O local de voo é sem dúvida merecedor do seu nome - a montanha mágica! Tem um parque de campismo muito bom em que estamos a tomar banho na piscina e vemos a descolagem.





Quase todos os campistas são voadores e a concentração de acrobatas é incrível. Nunca tinha voado num local onde me sentisse estranho por ter uma asa normal...das 20 a 25 asas a voar diáriamente existiam 4 ou 5 que não eram de acrobacia - as nossas. Claro que como bom local de treino de acrobatas não podiam faltar os reservas...






A descolagem chama a nossa atenção porque não se situa no cimo da montanha mas sim perto da base. O facto é que a aerologia local é tão boa que não necessitamos de subir até ao topo de carro, podemos fazer o mesmo a voar sem perigo de marrecar. Um bom local para se aprender a voar em térmica. Em poucos dias um piloto novato até fica com ideia que sabe voar...mas atenção que ali é batota...fácil demais :)





Como o voo da parte da tarde é bastante longo e nem só de voar vive o homem (mas quase...) podemos ir fazer umas compras a Andorra que fica a cerca de 30km ou experimentar uma das muitas acividades alternativas que existem por perto.



Sem dúvida um lugar muito bom que vale não só pelo voo mas pelo conjunto.
Obrigado à companhia dos meus amigos que como sempre fazem com que os voos tenham um sabor especial.