segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Piedrahita e Pedro Bernardo - Junho 2011




A realização do primeiro estágio da Espiral de 2011 parecia uma tarefa impossível de realizar devido ao mau tempo que teimou em gorar as expectativas durante a Primavera. Após 2 estágios cancelados lá conseguimos uma aberta no tempo e apontámos baterias para uma actividade repartida entre dois dos melhores locais de voo de Espanha.




Piedrahita é uma pequena aldeia perdida no centro de Espanha junto à cordilheira central. Considerada uma meca do Parapente a nível mundial. As condições de voo permitem voos fáceis de distância para ambos os lados da descolagem e imensos campos de aterragem (por vezes com uns touros à mistura...).


A lotação do estágio era completa e tivemos de recusar algumas inscrições para manter os níveis de qualidade. Após uma viagem longa as reservas do alojamento funcionaram na perfeição. O tipico pequeno almoço da famosa pousada surpreendeu os novatos no local com a sua "variedade alimentar". Após o magnifico repasto fizemos o habitual reconhecimento da aterragem e das alternativas e fomos para a descolagem fazer as primeiras marrecas de habituação ao local.





A descolagem estava em obras e os melhoramentos eram impressionantes. O mundial iria começar dentro de 15 dias e o investimento revelou-se muito bom dado que ficámos com uma descolagem das melhores que conheço.


A temperatura era de cerca de 7 graus (em Junho...) e a malta toda percebeu a razão dos conselhos dados sobre o equipamento a levar! Alguns deram uso a toda a roupa que tinham e mais alguma! Para outros o frio não incomodava porque a ressaca da viagem e de uns copos ainda não tinha passado...









O dia tinha bastantes nuvens mas sem grandes desenvolvimentos verticais. Todos voaram imenso com direito a alguma pequenas distancias para os mais experientes ou atrevidos. Ninguém conseguiu passar o "objectivo" de Vilatoro e as recolhas funcionaram a 100%.





Ao final do dia a restituição deu para que todos aproveitassem o boianço generalizado e permitiu que alguns se iniciassem na aprendizagem das espirais (alguns menos afoitos não quiseram seguir as instruções no rádio e a espiral parecia mais um 360, mas enfim...).




O segundo dia mostrou-se muito mais generoso e deu para uns belos voos de distância sendo a maior conseguida pelo nosso amigo Pedro Rodrigues que foi visitar Ávila na sua primeira distância fora do vale. O tecto esteve nos 3000 metros o que permitiu uns belos passeios pelo vale.






As previsões apontavam para que o 3º dia fosse o mais duvidoso e não falharam. Rumámos a Pedro Bernardo para proporcionar aos pilotos uma diversidade que lhes permitisse voar no máximo de condições diferentes possivel. Em Piedrahita não se voou neste dia.

Em Pedro Bernardo só se voou no voo da manhã mas foi bonito de ver os maçaricos todos (Araujo, Diogo, João Silva, Fred, Vitor, etc) a mostrar aos "velhotes" como é que se consegue ficar a aproveitar os zerinhos da manhã sem marrecar. Depois o vento só permitiu umas horas de convivio e de canhas. Ainda tentamos desporto alternativo na descolagem mas revelou-se muito violento...o João Silva tentou voar sem asa e o futebol humano revelou-se um desastre...!


A alvorada no ultimo dia foi cedo para inspirar para os voos. Uma caminhada logo pela manhã para descobrir as belezas naturais de Pedro Bernardo.



Para terminar em beleza planeamos um voo de distância especialmente dirigido aos mais novos no grupo. Após alguma luta na subida seguiram todos na rota planeada. O tecto estava baixo devido a estarmos a voar abrigados do vento meteorológico e só permitiu subir cerca de 1000 metros acima da descolagem.




Foi muito giro para mim enquanto instrutor levar um grupo de alunos a fazer voo de distância aos quais ainda à poucos meses atrás estava a ensinar-lhes o que era um parapente. Saimos em direcção a Piedralaves e foram ficando pelo caminho um a um até o mais resistente (Hugo - também conhecido por Alentejano...) ficar em Piedralaves. De cima parecia que eu ia deixando cair pedras para me orientar no caminho. Um dos melhores voos que fiz (não tem nada a ver com km ou altitude )e que me deu mais prazer por ter conseguido levar tantos alunos ao mesmo tempo a fazer distância daqueles que formei desde o zero.







Todos cumpriram os objectivos e fizeram umas boas distâncias para o dia que estava. A recolha foi impecável. Venham mais que este foi um sucesso...!




sábado, 6 de agosto de 2011

Linhares - Julho 2011






No último fim-de-semana de Julho a APVLS decidiu organizar uma saída de voo em térmica com o apoio técnico da Espiral.


As previsões apontavam para dois bons dias de voo em Linhares. O grupo de 11 pilotos prometia pela diversidade e pela diferença de expectativas e de níveis de voo. A realidade não ficou atrás...



No sábado os primeiros voos revelaram que muitos dos pilotos que temos vindo a formar estão com o Kit de unhas bem afiado e sabem já voar em térmica melhor que os veteranos. O Diogo mostrou a todos (como aliás é seu hábito) como se enrola e se deixa todos lá bem abaixo. O resto da malta portou-se bem. Pena que as voltas a enrolar fossem tantas que tivemos direito a ver o pequeno almoço sair em pleno ar da barriga da nossa mais nova esperança...mais não digo!


Da parte da tarde as condições ficaram mais duras e o tecto teimava em não passar dos 1500 metros com bastante turbulência. Só o João Silva resistiu e andou a levar pancada durante mais de 2 horas...Eu fiz orelhas e fui comer uma sandes ao Ti Mimoso que já estou velho para estas andanças.





No final do dia a restitiução esteve muito boa e deu para todos andarem a descontrair e a treinar suavemente as suas capacidades de enrolar. Eu e o Alex fizemos um belo bilugar para estrear a nova menina da Espiral em térmica. Muito bom.


Após um belo jantar (algo barulhento mas com o nosso amigo Cota de outra forma seria sem graça...) e uma noite bem dormida (para alguns) o domingo prometia.


O voo da manhã estava muito melhor e todos conseguiram enrolar bem. Ainda houve um piloto que decidiu ir beber água à fonte sem passar pela aterragem mas isso era porque estava um calor dos diabos..eh eh.


No segundo voo decidimos por a maltinha a fazer uma pequena distância. Subimos até aos 1700 e a inversão não nos deixou passar. A caminho da Guarda foram ficando pelo caminho todos os 6 que se aventuraram. Eu e o António acabamos numa bela aterragem a comer umas bifanas com a excelente recolha do Cota. Um voo trabalhoso e que permitiu perceber bem os erros e as vantagens das diferentes estratégias do voo em distância.


Para terminar em beleza Linhares brindou-nos com uma das melhores restituições de que me lembro. Subia-se por todo o lado até 400 metros acima da descolagem. Dava para ir ao castelo e voltar facilmente, fazer top-landings, tudo muito fácil.


Um bom fim de semana com uma companhia literalmente de avoados...muito divertido e a repetir. Se não acreditam vejam estas duas fotos das aves raras que estavam na descolagem: