quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Pedro Bernardo - Ultimo estágio de 2012



O ano de 2012 foi um ano excelente para os estágios da Espiral. Tivemos uma média de 100% de dias voados nos 21 dias de estágios.

Pedro Bernardo revelou-se uma boa troca para o local de realização do estágio que estava programado para Algodonales.

O grupo prometia bons voos já que a larga maioria vinha de estágios anteriores com um progresso notável em voo térmico.


O primeiro dia tinha como previsão vento fraco e tecto nos 2000. Descolamos da descolagem leste pelas 11h para retirar o stress ao pessoal com o primeiro voo. As condições surpreenderam pela positiva e os pilotos andaram a enrolar térmicas durante cerca de 1 hora já com consistência. O João Silva revelou logo a sua grande forma e subiu aos 2100 antes das 12h! Como o objectivo era que 9 pilotos treinassem o voo de distância reunimos as tropas e subimos para a descolagem sul para o almoço.

No segundo voo as térmicas estavam excelentes mas não se subiu acima dos 1790 devido a uma inversão forte. A distância planeada no solo começou a ser feita pelo Alex, Bomba, David Felix e Almir. O Bomba revelou uma capacidade de decisão invulgar para alguém que ia fazer a sua 2ª distância na vida! Todos seguiram em direcção a leste relativamente baixos (1300 a 1500). Para fechar o grupo o Ricardo Diniz levou os mais atrasados. O Adalberto ainda se deu ao luxo de voltar para trás porque não achava que estivesse muito alto! Aterrou quase na oficial quando podia continuar...lição a aprender... Os outros fizeram cerca de 10km com vários sorrisos na cara pelas primeiras distâncias.



Para terminar o dia em beleza fomos fazer o voo o da restituição da descolagem Oeste completando assim um belo dia em que se voou nas 3 descolagens.

 


No segundo dia já com a companhia do Pedro Rodrigues e do Lérias decidimos esperar para todos descolarem com térmica mais forte e por isso optámos pela descolagem sul. A espera foi bem sucedida já que quando descolamos as térmicas estavam bem consistentes mas muito espaçadas. O Lérias e o Pedro Rodrigues andaram mais de 20 minutos abaixo da descolagem sul a tentarem sobreviver. Com muito esforço o Pedro subiu até cerca dos 1600 e o Lérias acabou por aterrar após uma grande luta. Os restantes descolaram e andaram a sobreviver durante imenso tempo. Finalmente o Bomba mostrou como se derivava e a malta toda subiu na crista. Como o vento tinha uma tendência SE nas camadas inferiores e SW acima dos 1500 a distância foi feita para Oeste. Quase todos fizeram um ataque à crista acima de Lanzahita e foram aterrando ao longo da estrada. O Pedro voltou à descolagem (bom trabalho) e aterrou para irmos fazer o voo da restituição.



O voo do fim do dia foi muito bom com todos a andarem a passear no vale acima de Pedro Bernardo. As restituições estiveram sempre muito boas.


O terceiro dia do estágio previa vento forte de Oeste. Subimos cedo para a descolagem Oeste e voámos com pouca térmica logo pelas 11h. Depois a prova da Liga Centro de Espanha marcou uma manga curta.


Com rajadas de vento a atingirem os 35 kmh os nossos pilotos mais experientes decidiram que era vento a mais e não quiseram fazer o voo de distância. Após uma bela caminhada e um banho (para os menos friorentos...) na cascata fomos fazer o melhor voo de restituição que já tínhamos feito nestes anos todos! Andámos a passear por todas as cristas com um tecto bastante generoso e com o vale a manter uma "almofada" de ar!




 Para terminar em beleza as previsões para o ultimo dia eram de vento zero. Tudo prometia que se iria fazer um voo de distância mas a inversão matou as esperanças...Tivemos um dia muito trabalhoso em que as térmicas eram muito fracas e era preciso lutar para se manter no ar. Foi, na perspectiva da instrução, o melhor voo do estágio dado que os pilotos tiveram de se aplicar a fundo para não marrecarem. Todos sobreviveram e suaram durante mais de 2 horas! Muito bom nível geral.

 

Quando estávamos prontos para arrancar para casa o pessoal ainda quis ir voar pela última vez e siga de novo para cima para fechar em beleza o estágio com um voo descontraído e térmicas suaves.



Foram 4 dias muito bem passados, com toda a malta a divertir-se e a somar muitas horas de voo.












sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Estágio nos Pirinéus




O plano deste estágio era visitar diversos locais de voo com características distintas e com condições de voo diversas, por forma a treinar mentalmente os participantes e a melhorar a capacidade de análise em ambientes diferentes.

Com alguma ajuda da parte da meteorologia e uma boa análise das previsões conseguimos realizar tudo o que estava previsto e voar 9 dias em 9 dias possíveis.


Piedrahita 


As condições estavam boas e, após o habitual voo da manhã para tirar o stress, andámos a passear no vale entre Barco de Ávila e Villatoro. O tecto estava nos 2700 metros e as térmicas bem consistentes.  Ainda se colocou a hipóteses de seguir até Ávila mas com o vento com uma componente meio leste a viagem seria muito difícil. O final do dia com bastante vento fez-nos esperar mas brindou-nos com uma restituição 5 estrelas.



 


No segundo dia só fizemos o voo da manhã porque seguimos para os Pirinéus. Deu para subir na encosta e no vale (com direito a alguns top-landings para treinar) e depois seguimos viagem. As condições prometiam um voo de distância nesse dia. Resta dizer que durante a noite tivemos direito a um concerto que durou até às 5h da madrugada (tanto na 1ª como na 2ª noite) e andávamos todos a dormir em pé!


 



Organya




Como habitualmente Organya não nos desiludiu.

Fomos experimentar uma nova descolagem com 700 metros de desnível tendo como guia os instrutores da escola local. Excelente descolagem e aterragem com possibilidade de transição para a descolagem habitual.

No voo da tarde já na descolagem habitual tivemos condições fáceis, com térmicas largas e suaves. Todos a subirem à borla e a poderem fazer piscinas de ida ao volta ao vale. O Hugo tentou umas 20 vezes ir até a uma capela que tem uma transição difícil e à 21ª lá conseguiu…ao passar para a crista em frente apanhou um “canhão” em que subiu num baloiço até à nuvem… Para terminar o dia a brisa marítima decidiu entrar com força pelo fundo do vale (fenómeno raro neste local) e aterrámos todos de acelerador a fundo e orelhas com alguns a andar para trás. Boa experiência de treino. 





No segundo dia em Organya o tecto esteve quase nos 3000 e deu para andar a passear por todo o vale e pelas cristas com boas transições e térmicas largas e suaves. Melhor impossível.
Todo o show habitual dos acrobatas deu para ver em voo todas as manobras feitas pelos melhores na nossa modalidade e ainda ver dois reservas numas manobras que correram mal…



Castejon de Sos




O local de voo com maior desnível do nosso tour…1400 metros!





O primeiro voo correu melhor do que o planeado. Térmica consistente logo às 11h. Andámos a passear pelas cristas desde Benasque até ao vale à esquerda da descolagem de Liri. Na aterragem tivemos direito a indicações do nosso controlador aéreo de serviço (Gaudêncio) que chegou a confundir alguns pilotos que temeram ter mudado de frequência e terem entrado na aproximação do aeroporto de Barcelona!! 

As condições meteorológicas foram-se deteriorando com cumulonimbus a preencherem o vale e o segundo voo só permitiu andar pelo meio do vale (onde se subia demasiado à borla…) de forma a mantermos uma distância de segurança. O tipo de condições exigiu uma atenção redobrada dos instrutores ao evoluir das condições e permitiu aos pilotos treinarem manobras de descida rápida que aplicadas na altura certa demonstraram que os objectivos elevados exigidos aos participantes estavam a ser alcançados.  

O segundo dia foi de apenas um voo dado que os CB´s ameaçavam...deu para o convívio e uma bela almoçarada! 


Ager

Com uma parede de voo fantástica e umas aterragens excelentes o local de voo não decepcionou ninguém. 


O Open Nórdico serviu para facilitar a vida aos nossos pilotos e dificultar a vida aos instrutores! As térmicas estavam marcadas pela presença de mais de 100 pilotos e por isso ninguém marrecou. A previsão do dia era de formações verticais e por isso a manga abriu cedo. Todos os nossos pilotos andaram a enrolar no meio da molhada chegando a mais de 90 pilotos numa térmica (a juntar a um tecto baixo que existia nesse dia). Quando já todos iam a fazer a prova, após a primeira baliza, a manga foi cancelada devido à aproximação de um CB, e foi bonito de ver cerca de 120 pilotos de orelhas e a fazer espiral ao mesmo tempo. Todos aterraram bem para um belo almoço… Com más previsões para o dia seguinte rumámos a Pedro Bernardo para maximizar os dias de voo (decisão que se revelou muito correcta).



Pedro Bernardo



Para terminar o estágio tivemos direito a dois dias de condições muito diferentes. No primeiro dia tivemos condições exigentes com térmicas fracas e muito junto à encosta. Notou-se a facilidade com que os pilotos conseguiram subir em condições exigentes (fruto do trabalho que vinham a realizar ao longo do estágio). O Teotónio mostrou como se fazia e todos os outros o seguiram… O tecto baixo não permitiu voos de distância mas permitiu um bom treino de enrolar com direito a voo de sobrevivência e grandes recuperações de alguns.




No segundo dia as condições eram excelentes para o voo de distância. O Carlos Lopes e o Vitor abriram as hostilidades e todos seguiram para o ar. Com algum vento e um tecto na casa dos 3000 metros as condições permitiam fazer grandes distâncias. O grupo saiu todo sensivelmente ao mesmo tempo impulsionado pela saída estratégica (previamente combinada) dos instrutores. Com as habituais dificuldades do voo em distância tivemos quase todos os participantes a fazerem um bom voo. O Carlos fez o melhor voo com cerca de 80 km (podia ter feito uma marca bem maior não fosse o cansaço de quase 5 horas e 9 dias a voar e o facto de a distância estar a ser feita no sentido contrário ao de casa…), o Hugo 50km e os restantes pelo caminho com várias distâncias. De realçar o Teotónio que fez o seu primeiro voo de distância. Foi a cereja em cima do bolo.





Os objectivos do estágio foram largamente ultrapassados dado que voámos em condições diferentes, experimentámos 10 descolagens diferentes e fizemos todo o tipo de voo que o nosso desporto enfrenta. O nível de pilotagem evoluiu imenso e os bons momentos vividos serão certamente recordados. A descrição tem obrigatoriamente de ser curta e as referências aos pilotos pontuais sendo que todos voaram melhor nuns dias que noutros como é normal no nosso desporto…

terça-feira, 12 de junho de 2012


Algonales Junho 2012




O primeiro estágio de 2012 da Espiral - Escola de Voo realizou-se em Algodonales. Embora o calendário estivesse programado para Piedrahita ou Pedro Bernardo decidimos (como sempre) que vamos para onde as previsões forem melhores. Como o objectivo dos estágios é colocar todos a voarem o máximo possível todos os dias o local a escolher tem de servir para que todos possam voar independentemente da experiência.

Após uma viagem em que o Pajaro queria por força ver até onde é possível conduzir sem combustível (o mostrador do carro chegou a mostrar uma autonomia de ZERO km....) lá chegámos à pousada.

No primeiro dia as previsões apontavam para vento forte mas como a nossa experiência nos aconselhava toda a gente madrugou e foi recompensada. Fizemos os primeiros voos de habituação. As térmicas eram já bastante consistentes (estamos em Junho) e foi possível os mais experientes enrolarem bem e subirem ao tecto (cerca de 1300 metros).  Os maçaricos começaram a fazer as suas primeiras enroladelas ainda meio a apalpar terreno.




Da parte da tarde o vento ficou fora dos limites e aproveitámos para fazer uma siesta...


Ao final do dia 3 pilotos mais experientes andaram a boiar no vale Oeste mas o vento esteve demasiado forte para os restantes poderem descolar.

No segundo dia as condições melhoraram e de manhã todos andaram a subir de borla na descolagem Oeste. Raras vezes tenho visto condições tão boas a uma hora tão matutina. Parecia restituição. Todos voaram cerca de 2 horas em térmica suave e bem consistente. Os cirros ajudaram a manter o calor baixo e o vento fraco.

Seguimos para El Bosque para experimentar uma alternativa diferente. O local é muito bom, com duas descolagens. Uma parede bem definida a Oeste e um vale aberto com imensas aterragens. As condições eram fortes. Fomos para o ar (Carlos Lopes, Pedro Rodrigues, Gaudêncio, João Silva e Ricardo Diniz).


As térmicas eram muito fortes (+6 a +9...) e o vento forte. Subia-se por todo lado e algumas vezes até demais... Na minha descolagem apanhei um canhão de +7 que me levou na vertical durante 700 metros sem enrolar e durante esta subida só avancei 50 metros...até doeu :) O João Silva fez um voo incrível com condições muito duras. Está com um excelente nível de voo. Após umas cervejolas para aliviar o calor lá subimos para fazer a restituição.






Todos voaram (com alguns a marrecarem...). A restituição estava técnica e era preciso enrolar a "lamber" a encosta. O Sérgio Lemos aplicou-se a fundo e, após algumas indicações, lá entendeu a térmica e fez um belo voo. Para terminar uma bela jantarada em Algodonales.

Terceiro dia...
O melhor dia nas previsões e não desapontou. Começou com o Alex a fazer como sempre um mapeamento das térmicas. Grande resistência e boa técnica como sempre.


Infelizmente apanhou um frontal tão grande que sujou a roupa interior...para nosso espanto quando foi trocar de roupa vimos que os gostos já foram melhores...a idade não perdoa!!


O David Feliz fez um brilharete e enrolou sozinho a sua primeira térmica (sem vário) até ao tecto. Deixou todos de boca aberta! Depois todos os maçaricos andaram a enrolar bem. Alguns pareciam já prós a enrolar o que deixou a malta bem impressionada. Não vale a pena referir os nomes dado que no geral todos surpreenderam.



Após a recolha do primeiro voo traçamos o destino do dia para os voos de distância - Ronda. O Carlos e o Pedro Rodrigues saíram e subiram logo. Saíram para os Dos Hermanos e lá ficaram a lamber a pedra como sempre... Entretanto o Adalberto, João Silva, António e Sérgio andavam a sofrer para subir. O João e o Adalberto marrecaram e os outros 2 seguiram viagem. Após muita luta tivemos o Pedro a passar Ronda, o Carlos às portas de Ronda, o António nos Hermanos e o Sérgio um pouco antes.

Para terminar o dia mais uma restituição no lado Oeste com todos a subirem à borla...Na aterragem era só sorrisos...


Para terminar o estágio o quarto dia foi a cereja no cimo do bolo! Descolamos às 11h e colocámos todos os maçaricos ao mesmo tempo no ar. Resultado: estiveram 12 pilotos (8 maçaricos...) a enrolar ao mesmo tempo em diversas térmicas durante mais de uma hora. A evolução foi notável e conseguimos ver como a confiança estava em alta com vários pilotos a experimentarem diferentes estratégias de voo. Mais de duas horas com excelentes condições.


Grande estágio, excelente convívio (que não descrevi porque só os voos já ocupam muito...) e muitos bons momentos!

Para terminar...o Ricardo Diniz também não está a voar nada mal...:)